'Um lar para Biel’: Mãe em tratamento paliativo contra o câncer tenta comprar casa para filho de 2 anos em MG
10/11/2024
Isabel Arrighi, de 37 anos, moradora de Juiz de Fora, descobriu a doença quando o filho tinha apenas 42 dias de vida. Desde então, se desdobra nos cuidados com o menino e no tratamento. Isabel Arrighi e o filho Biel
Isabel Arrighi/Arquivo Pessoal
“Você já pensou se soubesse que a finitude da sua vida está próxima?". É com essa frase que Isabel Arrighi, de 37 anos, natural de Rio Pomba e moradora de Juiz de Fora, começa um vídeo em que conta nas redes sociais a batalha dela contra o tratamento de um câncer de mama.
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As postagens mostram a pesada luta contra a doença e o afeto entre ela e o filho Gabriel, o Biel, que completará 3 anos no dia 23 de novembro.
Desde os 42 dias de vida, o menino vê a rotina da mãe solo dividida entre cuidados com ele e a dura sequência do tratamento, que está no estágio paliativo desde a descoberta de metástases por várias partes do corpo.
Diante da gravidade da situação e das incertezas sobre o futuro da criança, a internet é usada também como canal de divulgação de uma campanha que busca garantir um lar para o garoto. Entenda mais abaixo.
Isabel Arrighi e o filho Biel
Isabel Arrighi/Arquivo Pessoal
Tratamento com evolução não esperada
O diagnóstico da doença foi em 2021, ainda durante a gravidez, quando Isabel começou a sentir dores e sinais de inflamação na mama direita.
Desde então, foram várias as sessões de quimio e radioterapia para o tratamento do tumor. Ainda assim, os resultados esperados não foram os melhores.
“Mesmo com os ciclos de quimioterapias propostos, que eu fiz até esse momento, o tumor foi se espalhando mais. Ele não teve uma resposta positiva de regressão com as drogas usadas. Então eu tenho comprometimento nesse momento: ósseo, no fêmur, no osso da pelve, tenho comprometimento”, explicou.
Isabel Arrighi iniciou uma campanha para compra de um imóvel para o filho Biel
Isabel Arrighi/Arquivo Pessoal
“Tem até uma imagem, que é uma imagem do exame, que eu olho pra ela e eu me sinto um milagre vivo todo dia”, disse emocionada.
A sequência do tratamento prevê a utilização do terceiro e último medicamento disponível para o caso de Isabel. Enquanto isso, ela vai se agarrando às possibilidades de milagres.
"Não espero pelo milagre da cura, mas pelo milagre de poder acordar muitos mais dias para acompanhar o crescimento e o desenvolvimento do meu filho”, disse.
Isabel Arrighi e o filho Biel
Isabel Arrighi/Arquivo Pessoal
Um lar para Biel
Com a mãe de Isabel recebendo cuidados também no tratamento de um câncer e o pai de Gabriel distante, morando em outro estado, nem mesmo as sessões de radioterapia separaram mãe e filho.
"Em quase todas as sessões de radioterapia eu ia com Gabriel no colo para hospital, pois eu não tinha com quem ou onde o deixar. Agora recentemente consegui uma pessoa que vem durante o dia, de segunda a sexta, que cuida do Gabriel, faz almoço e me ajuda na limpeza da casa. Eu havia feito uma campanha pedindo ajuda para contratar uma pessoa logo no início do tratamento, mas só há dois meses finalmente encontrei alguém", explicou Isabel.
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A grande preocupação com o futuro da criança fez com que ela criasse a campanha ‘Um lar para Biel’, que prevê juntar fundos para compra de um imóvel no nome da criança.
“Desde que soube que meu tumor havia voltado e se espalhado para outras partes do meu corpo, despertei um desejo incalculável de buscar meios de prover, ainda que bem menos do que eu gostaria, um amparo material para deixar para o Gabriel, caso eu falte em vida e ele ainda seja uma criança, permitindo que as pessoas responsáveis por ele na minha ausência, além de prover amor e valor, consigam com um pouco mais de condições lhe prover também uma infância e um futuro melhor”, relata a mãe em uma das postagens nas redes sociais.
Para isso, são várias ações, inclusive com sorteios de camisas autografadas de times de futebol, como Flamengo e São Paulo.
“O amor que eu tenho por ele é muito grande. Eu gosto de sentar com ele para fazer as refeições, para brincar, para dar banho, para participar de tudo o que ele faz. Eu fico imaginando ele na escola, no Dia do Índio, no Dia do Professor, fazendo os teatros, as peças e eu aplaudindo, sabe? O sentimento que eu fico por ele é tão grande, tão grande, que eu sei descrever”.
Mulher em tratamento paliativo tenta comprar imóvel para o filho em Juiz de Fora
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