Engenheiro com câncer raro entra na Justiça para obter remédio de quase R$ 2 milhões e mostra rotina do tratamento nas redes sociais

  • 14/07/2024
(Foto: Reprodução)
Renan Sena, de 29 anos, descobriu a doença em março do ano passado e há 4 meses esperava resultado da decisão judicial. Primeira ampola do medicamento importado foi recebida no início do mês, em Juiz de Fora. Renan Sena, de 29 anos, necessita de doses de Pembrolizum para tratar o câncer no timo Arquivo Pessoal Foi uma dor no peito que não cessava e uma íngua na clavícula que fez o engenheiro eletricista e professor juiz-forano Renan Sena, de 29 anos, procurar um médico em março do ano passado. Após exame imuno-histoquímico feito em São Paulo, seis meses depois dos primeiros sintomas, veio o diagnóstico: um tipo de câncer raro no timo - glândula localizada próximo aos pulmões, que participa da defesa imunológica. 🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região Como o tumor havia se espalhado, a indicação cirúrgica foi descartada e uma análise mais aprofundada feita a partir do envio de amostra para a Foundation One Cdx, nos Estados Unidos, e com profissionais brasileiros, como do Hospital do Amor, em Barretos - referência no tratamento de câncer - apontou que o remédio Pembrolizumabe pode ajudar no tratamento de Renan. No entanto, devido à raridade do caso – não há registro de outro diagnóstico igual no Brasil - ele enfrenta dificuldades em obter o remédio, que é importado e custa cerca de R$ 22 mil cada ampola – por mês, serão necessárias duas delas. A avaliação médica indica que o uso do remédio por dois anos, em um tratamento estimado em aproximadamente R$ 1,8 milhão. Juiz-forano Renan Sena durante sessão de quimioterapia Arquivo Pessoal O engenheiro entrou na Justiça solicitando os 3 meses iniciais da medicação, travando longa batalha judicial até conseguir a primeira ampola no início de julho. "Eu nem acreditei quando tomei o medicamento, pois foram meses de burocracia médica e jurídica, tive várias frustrações, e o meu caso piorou, mas no último momento foi liberado, e a esperança foi retomada, principalmente porque os tratamentos que eu estava fazendo não eram exatamente para o meu caso, mas para câncer de pulmão, pois pro meu caso não existe quimioterapia", explicou. Rotina nas redes sociais A luta contra a doença passou a ser compartilhada em um perfil criado nas redes sociais, que mostra dia a dia do caso, como as sessões de quimioterapia – feitas para tentar evitar o avanço do câncer. Também são divulgadas iniciativas de amigos e familiares, como vaquinhas, sorteios e brechós solidários na #CampanhaCuraParaRenan. PUBLICAR VIDEO 12741610 "A rede social tem sido um meio para divulgar a rotina do tratamento para ajudar outras pessoas que estão passando pelo mesmo problema, trazer informações e dicas que podem ajudar a quem está passando por esse momento difícil, além de mostrar como é viver com o câncer, que não é nada parecido com o que vemos na televisão, onde a doença é somente sinônimo de sofrimento e morte", contou Renan. "E pessoalmente para mim, tem me ajudado a expor e desabafar situações sobre a doença e receber força e apoio de amigos e pessoas que eu nem conhecia antes". Negativas e judicialização Com a chance do medicamento auxiliar no tratamento, Renan fez solicitações ao Estado, que inicialmente se negou a fornecer o remédio. O caso, então, foi parar na Justiça. Umas das justificativas é que na bula não consta o tipo de câncer do engenheiro. Como a doença é muito rara, o advogado especialista em direito médico Davi Coelho explica que a lei prevê que, com os laudos que comprovem a eficácia do medicamento, o SUS pode ser obrigado a fornecer o produto: Bebê de ‘meio coração’ que precisou de vaquinha para nascer em SP celebra mesversário: ‘passa por coisas que muitos adultos não aguentariam’, diz mãe Com cardiopatia grave, criança juiz-forana de 3 anos tem vaquinha para custear tratamento em SP “Havendo a incorporação do medicamento ao SUS, por mais que ele não esteja previsto para a terapêutica de alguma doença, se existe a demonstração de eficácia desse medicamento para o tratamento e padrões técnicos demonstrados pelos médicos e pelo núcleo técnico-jurídico, favoráveis ao fornecimento desse medicamento, a Justiça defere esta medicação independentemente de estar ou não prevista no protocolo terapêutico do SUS”, explicou. A primeira das ampolas só foi liberada no dia 1º de julho, após quatro meses no início do processo judicial. Receber a dose, ainda que seja a primeira, trouxe muito alívio e esperança para o juiz-forano: "Foi alegria. Deu tudo certo, e fisicamente me sinto bem. Parece que eu tomei um soro na aveia, não teve efeito colateral nenhum, não me senti cansado, sem enjoo, não é igual a quimioterapia que deixa a gente com muitos sintomas e efeitos colaterais. Outra parte boa é que meu cabelo e barba vão voltar a crescer, a pele não vai ficar com branca e pálida. É um medicamento novo, com a tecnologia e muito eficaz. Então eu fico muito feliz com isso, graças a Deus." 📲 Siga o g1 Zona da Mata: Instagram, Facebook e Twitter 📲 Receba no WhatsApp as notícias do g1 Zona da Mata VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes

FONTE: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2024/07/14/engenheiro-com-cancer-raro-entra-na-justica-para-obter-remedio-de-quase-r-2-milhoes-e-mostra-rotina-do-tratamento-nas-redes-sociais.ghtml


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