Falta de educação ambiental e políticas públicas ainda tímidas fazem com que apenas 1% do lixo reciclável seja reaproveitado em Juiz de Fora

  • 05/06/2025
(Foto: Reprodução)
No Dia Mundial do Meio Ambiente, o g1 traz um raio-x da coleta seletiva na maior cidade da Zona da Mata. Reciclagem em Juiz de Fora ainda é pouca, foto ilustrativa Dênio Simões/Agência Brasília A preservação do meio ambiente começa com pequenas atitudes diárias. Nesta quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, o g1 faz um raio-x da situação da coleta seletiva em Juiz de Fora, que produz cerca de 500 toneladas de lixo todos os dias. A coleta seletiva é uma das alternativas de tratamento de resíduos sólidos e reduz o consumo de recursos naturais, poupa energia e água, diminui o volume de lixo, além de gerar emprego para milhares de pessoas. ▶️ Clique aqui e siga o perfil g1 Zona da Mata no Instagram De acordo com a diretora de Sustentabilidade e Patrimônio da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rosana Colombara, a separação dos diferentes tipos de materiais descartados é necessária para que ocorra uma otimização dos recursos naturais, humanos e financeiros do planeta. "Nossos recursos não são infinitos e estamos utilizando-os de modo descontrolado. Os impactos ambientais são notados com a emissão dos gases estufas e seu reflexo na temperatura do planeta, e também as demais emergências climáticas. Do ponto de vista financeiro, os impactos são sociais, na medida que as associações e/ou cooperativas de catadores cada vez mais fazem dessa atividade seu meio de sobrevivência. Além disso, o custo de construção de aterros e, posteriormente, recuperação das áreas degradadas e possíveis contaminações provocadas por esse tipo de destinação de resíduos é significativo", explicou ela. Sem catadores, não há sustentabilidade Sede da Ascajuf, em Juiz de Fora Ascajuf/Divulgação Na cidade são cinco associações de catadores vinculadas à Prefeitura. De acordo com Werley Aparecido Pereira, diretor presidente da Associação Municipal dos Catadores de Papel, Papelão e Materiais Reaproveitáveis de Juiz de Fora, todo material é devolvido para as indústrias. "O objetivo das associações é a coleta seletiva, é dar dignidade aos catadores e catadoras gerando trabalho e renda. Hoje trabalhamos com 30 toneladas por mês, mas, para agregar mais catadores ou catadoras, temos que aumentar a produção", disse. Werley diz, ainda, que o mercado ainda precisa de investimento, com mais veículos e outros equipamentos, além da contratação pelos serviços prestados. Apenas 1% do lixo é reciclado em Juiz de Fora Coleta Seletiva de Resíduos em Juiz de Fora Prefeitura/Divulgação A reciclagem é um dos pontos prioritários do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que cita que a coleta seletiva é obrigação dos municípios e metas referentes à coleta seletiva fazem parte do conteúdo mínimo que deve constar nos planos de gestão integrada de resíduos sólidos dos municípios. Segundo o Departamento de Limpeza Urbana (Demlurb), das 500 toneladas de lixo que são produzidas diariamente em Juiz de Fora, 7 toneladas são de coleta seletiva, mas apenas 1% do total produzido é reciclado. Apesar do serviço chegar em todos os bairros da cidade, a frota conta com quatro caminhões e os veículos passam apenas um dia da semana em cada bairro, o que torna a adesão baixa. Em entrevista à TV Integração em março deste ano, a diretora-geral do Demlurb, Franciane Pavão, disse que há expectativa para o aumento no número de caminhões, que devem começar a passar duas vezes por semana em todos os bairros. "Não tem data ainda. Em primeiro momento a gente vai conscientizar as pessoas. O programa lixo zero foi pensado para melhorar o meio ambiente, fortalecer a renda na cidade com as associações de catadores e também porque por causa da quantidade de lixos recicláveis que chegam no aterro, sendo que a gente pode fazer o reaproveitamento desses resíduos", disse a diretora-geral. A baixa porcentagem de material efetivamente reciclado pode ser justificada por fatores como falta de infraestrutura das cidades, conscientização insuficiente da população e a baixa demanda por materiais reciclados em algumas regiões, desestimulando investimento no setor. "A coleta seletiva nos bairros foi ampliada e temos os Ecopontos que recebem diferentes tipos de materiais, mas ainda não existe a conscientização de que existe uma diferença entre lixo e resíduo e que deve ser separado", afirmou a diretora de Sustentabilidade e Patrimônio da UFJF, Rosana Colombara. Entenda como será a implementação da lei que obriga a coleta seletiva em Juiz de Fora Veja onde ficam os ecopontos para descarte consciente de resíduos O que tem sido feito? Em Juiz de Fora, a Prefeitura implementou o Programa "Lixo Zero". A lei municipal 15.100/2025 estabelece a obrigatoriedade da implantação da coleta seletiva em residências, estabelecimentos comerciais, indústrias e edificações públicas de Juiz de Fora. Conforme o Executivo, a implementação será gradual, com previsão de conclusão em dois anos – em maio de 2027. A estimativa é de três etapas de aplicação. Para a diretora de sustentabilidade, Rosana Colombara, o fato de ser um programa por etapas permite que haja tempo para ampliar a conscientização da população para a necessidade urgente dessas ações. "Várias cidades, Brasil afora, têm buscado diferentes formas de incentivar a sociedade às boas práticas não só na coleta seletiva, mas, outras ações importantes para o meio ambiente. Os resultados acabam aparecendo de forma mais expressiva quando administradores propõem troca de materiais recicláveis por produtos que sejam de interesse da população. Temos o exemplo de Curitiba, oferecendo legumes e hortaliças produzidos por cooperativas, e, São Paulo que está oferecendo um desconto na conta de luz", analisou. Outras ações que o Demlurb: "Recicle": uma parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora e a Universidade Federal de Juiz de Fora para promover ações de educação ambiental em escolas municipais; “Coleta Seletiva na Praça”: ocorre semanalmente e promove o recolhimento de resíduos recicláveis e eletroeletrônicos em parceria com as Associações de Catadores de Materiais Recicláveis; “Da Minha Casa Para a Sua Casa”: realiza a coleta de móveis e eletrodomésticos que ainda possam ser reutilizados e os encaminha para famílias em vulnerabilidade social; “Domingo no Parque”: ocorre mensalmente e promove atividades de educação ambiental e preservação do meio ambiente no Parque da Lajinha. 📲 Siga o g1 Zona da Mata: WhatsApp, X e Facebook VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes

FONTE: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2025/06/05/falta-de-educacao-ambiental-e-politicas-publicas-ainda-timidas-fazem-com-que-apenas-1percent-do-lixo-reciclavel-seja-reaproveitado-em-juiz-de-fora.ghtml


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